sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Quanto custa ter um barco


Diz o ditado popular que um barco traz duas alegrias ao dono: uma na hora da compra e outra na hora da venda. Mas, sabendo quais são os valores de um barco e os custos para mantê-lo, é possível fazer uma compra mais consciente e evitar arrependimentos.
Os gastos para manter um barco costumam variar entre 8% e 15% do seu valor por ano. E os limites de gasto tanto para aquisição quanto para manter o barco são tão vastos quanto o meio em que eles navegam.
Veja a seguir todos os custos que o proprietário de um barco deve estar preparado para arcar.
Custo de aquisição: pode ser menor do que o valor de um carro popular ou bater a casa dos milhões.
O custo de aquisição de uma embarcação é tão variável quanto os preços de carros. Os barcos mais comuns para lazer são as lanchas de 20 a 23 pés, que também estão entre os mais econômicos. O pé é a medida mais usada para embarcações e equivale a cerca de 30 centímetros.
Os valores crescem de acordo com a motorização, o tamanho e o luxo do barco, e podem chegar à casa dos milhões de reais. Mas, também é possível encontrar valores compatíveis com o de carros populares (de 20.000 a 30.000 reais) e até mais baixos, sobretudo se o barco for usado.
Cuidados na compra
Antes de comprar um barco, é essencial que o comprador visite o estaleiro. Ainda há muitos casos de pessoas que compram e não recebem o barco, ou que recebem com muito atraso. As empresas têm lojas maravilhosas, mas em alguns casos, ao visitar o estaleiro, você descobre que se trata de uma empresa de fundo de quintal.
Para evitar problemas, além de visitar o estaleiro, o consumidor pode acessar fóruns na internet, participar de eventos e pedir informações a proprietários de barcos. Também existem assessorias náuticas, que buscam as melhores embarcações de acordo com o perfil do cliente e prestam assessoria jurídica na compra.
Custo da marina: para um barco de 23 pés, custo médio é de 690 reais, mas custos podem partir de 460 reais por mês
Se o barco for muito grande para ser guardado em casa, o comprador deve incluir no orçamento o custo da marina, que é pago pela vaga do barco (que pode ser coberta ou descoberta) e pelos serviços para ligar o motor semanalmente, retirar e colocar o barco na água e limpeza do barco, o que em alguns casos é cobrado à parte.
Os custos são proporcionais ao tamanho da embarcação. Paga-se em média 30 ou 35 reais por pé mensalmente. Para dar um exemplo, em uma marina que cobra 30 reais por pé, para um barco médio de 23 pés, o custo mensal é de 690 reais.
E nos casos em que a limpeza não é incluída no custo da marina, é possível encontrar alguém que faça o serviço por cerca de 200 a 500 reais por mês.
Manutenção preventiva: 1.000 a 2.500 reais para manutenção do motor e 1.000 a 2.500 reais para manutenção geral

O motor é a peça que exige mais cuidados, sua manutenção pode incluir a troca de correia, de óleo, de filtros e da hélice. Esses gastos podem variar de 1.000 a 2.500 reais por ano para um barco entre 20 e 30 pés com apenas um motor. Mas, se o uso for mais severo e se houver mais de um motor (mais comum entre barcos grandes) os valores podem aumentar bastante.
É recomendado que se computem alguns gastos eventuais com manutenção da parte elétrica e mecânica do barco, como a revisão das fibras do barco - que seriam o correspondente à funilaria do carro -, estofamentos internos, GPS, entre outros itens. O mar agride muito o barco, então é interessante ter uma previsão de 1.000 a 2.500 reais por ano, o mesmo valor gasto com o motor, para gastar com esses outros itens.

Combustível - 7.000 reais para um barco pequeno e 21.000 reais para um barco grande
Pela falta de pesquisas sobre o mercado náutico não é possível dar uma média dos preços se não pelos relatos de quem lida com esse tipo de gasto frequentemente. Os gastos entre as lanchas mais populares, que têm entre 20 e 23 pés, é de 20 litros por hora.
Para fazer uma simulação do gasto anual, vamos considerar que o uso médio do barco por ano seja de 100 horas, uma média citada por vários especialistas no assunto. E que a gasolina custe 3,50 reais por litro, valor que tem sido praticado em postos de marinas. Para essas lanchas mais econômicas, portanto, gastam-se por ano 7.000 reais de combustível.
Uma lancha de 25 pés, por exemplo, pode consumir cerca de 35 litros por hora. No caso dele, considerando que o valor da gasolina seja de 3,50 reais por litro, são gastos 12.250 reais anualmente. O maior custo de uso do barco é com combustível. É possível gastar muito menos do que eu gasto e existem lanchas e iates muito maiores e com motores mais potentes que gastam muito mais.
Em muitos casos a gasolina sai mais cara para barcos do que para carros. Isso ocorre porque os postos que ficam nas marinas elevam os preços por serem as únicas opções no local. Algumas marinas não têm postos e os proprietários acabam transportando gasolina de postos comuns até o barco, o que é proibido por lei, mas que infelizmente ocorre pela falta de estrutura náutica.
Barcos maiores que 28 pés, também costumam ter motores movidos a diesel. Se o motor for de 320 HP, o consumo de diesel pode ser próximo de 30 litros por hora.  Se o mesmo motor fosse movido a gasolina, o consumo seria quase o dobro, mas motor a diesel custa 50% a mais do que o motor da gasolina.
Considerando que o diesel custe hoje cerca de 2,50 reais, para um uso de 100 horas, pode-se dizer que seriam gastos 7.500 reais por ano para um barco grande a diesel. Para o mesmo porte de barco, se o motor fosse movido a gasolina, o consumo poderia chegar a 60 litros por hora. Para um uso de 100 horas por anos, com a gasolina a 3,50 reais por litro, seriam 21.000 reais por ano.

Habilitação

Para pilotar uma embarcação, é preciso realizar um exame de habilitação e, em alguns casos, comprovar um número mínimo de horas navegadas. Existem cinco níveis de habilitação, sendo o mais comum o de arrais amador, que permite conduzir qualquer embarcação dentro dos limites da Capitania de Portos do respectivo estado.
A taxa para inscrição no exame de habilitação é de 40 reais e a Capitania de Portos é quem aplica o teste. Os testes são teóricos, seja qual for o nível. Essa é uma crítica no meio náutico, porque é como se um motorista tirasse a carta sem nunca ter dirigido um carro.
A critério do Capitão dos Portos, podem ser exigidos exames em clubes náuticos e marinas para que o piloto tenha as horas de navegação. Por isso, também é preciso adicionar o custo do curso, que para arrais amador pode variar entre 300 e 800 reais, segundo o presidente da Acobar.

Documentação
Os proprietários de embarcações devem fazer a inscrição do barco, quando novo, ou a transferência, se usado. Para isso, é cobrada uma taxa de 30 reais. E além dessa inscrição, que tem o efeito de registrar junto à Capitania dos Portos a nova posse de um barco, o proprietário também deve pagar 30 reais pela emissão do Título de Inscrição, que seria o correspondente à CRLV (certificado de registro dos carros).
E se o barco for zero quilômetro, há ainda o Documento Provisório de Propriedade, que fica com o proprietário temporariamente, até que seja emitido o Título de Inscrição. Para emissão desse documento, paga-se uma taxa de 80 reais.

Seguro
As seguradoras costumam cobrar entre 0,5% e 1% do valor do barco pelo seguro. Sendo que o percentual pode ser mais elevado para barcos com mais de 20 anos.
O seguro cobre o valor integral do barco em casos de sinistros com perda total. É feita uma vistoria por engenheiros navais e assim define-se o valor do barco e da cobertura. A vistoria é realizada pela falta de uma base de dados com valores de mercado dos barcos, como ocorre com os seguros de carros, cujos preços são baseados na tabela Fipe.
Em caso de outros incidentes que prejudiquem a estrutura do barco, desde que causados por fatores externos, a manutenção corretiva também é coberta pela seguradora. E é possível incluir cláusulas extras de proteção, como para cobertura sobre roubos de equipamentos.
Vale ressaltar que os seguros de barcos, diferentemente de carros, não possuem benefícios extras, como assistência durante a navegação. Se algum incidente ocorrer, por exemplo, não é a seguradora quem guincha o barco, mas ela cobrirá os eventuais gastos decorrentes do serviço.

Gastos adicionais: 20% a 50% do valor do barco

O barco é como uma casa, é possível montar um apartamento básico ou sofisticado.
Alguns dos acessórios que podem ser colocados em barcos são: ar-condicionado, fogão, micro-ondas, aquecedor para chuveiro, gerador elétrico, televisão. Costuma-se gastar com equipamentos em média de 20% a 50% do valor do barco.

Podem existir gastos esporádicos com bebidas e comidas, por exemplo, ou com taxas de pernoites em marinas, se o barco for usado para viajar. Em Ilhabela, por exemplo, o custo de pernoite do barco gira em torno de 100 reais.

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